sexta-feira, 30 de abril de 2010

É isso aí...

Profundamente perdido nesse torpor onde me encontro, consigo ver o fantasma existente no meu vazio. Minha depressão é refletida em cada canto opaco aonde eu olho. Meus medos são meus melhores amigos, e os sonhos e esperanças, os piores inimigos. Eu já não sei o que é amar; eu já não sei o que é odiar.

É tão automático como falamos que amamos uns aos outros, como inventamos mentiras - das mais banais às mais impactantes -, como fazemos as coisas parecerem repentinas quando deveriam ser duradouras.

Aleatoriamente selecionamos o que e quem nos convêm, e disso nos aproveitamos. Como se fossemos personagens, damos valor a um roteiro imposto por ninguém, mas seguido por quase todos. Temos muito “faça!” e pouco “estou fazendo!”. Carecemos de sentimentos, o que há algum tempo já tem sido trocado por abstinência ou tem sido comprado por um valor tão baixo que chega a envergonhar.

É isso que somos? É a isso que viemos? Se for realmente esse o propósito da nossa existência - rebaixar-nos, a cada mísera oportunidade -, por favor, me acordem quando a sociedade estiver extinta.